terça-feira, 23 de novembro de 2010

Manual Do Fabricante


Se caminharmos pelas ruas do centro comercial da cidade, veremos uma quantidade inimaginável de equipamentos disponíveis para o nosso consumo.
Para cada produto, encontraremos, anexo, as instruções de uso do mesmo, é o manual do fabricante. Ele nos orienta o modo correto de utilização do produto, evitando danos por uso indevido, aumentando assim o tempo de vida do produto.

Isto nos leva a pensar... O ser humano é fruto da criação divina, temos um Criador. 
Poucos atentam para o fato de que o Criador colocou ao nosso dispor um código de instruções de uso, um código de vida, um Manual do Fabricante.
 Nele encontramos orientação para o hábito alimentar saudável, normas de conduta, de relacionamento, enfim um manual de instruções para desfrutarmos da vida com qualidade.
Conta-nos uma história, que um excursionista explorava as regiões gélidas dos Alpes. Caminhava por uma trilha conhecida, quando repentinamente caiu uma tempestade de neve, comum naquele lugar. Este homem buscou refúgio em um pequeno chalé que fora construído exatamente com o propósito de abrigo, mas na fuga se desfez da sua mochila de excursão.



Verificou que no interior da pequena habitação havia, além da mobília, um estranho aparelho próximo a parede. A noite chegou rapidamente e a temperatura caiu drasticamente.

Desesperado aquele homem pegou um livrete que estava sobre o aparelho desconhecido e dispondo de alguns palitos de fósforo ateou fogo em cada uma das páginas do livrete, uma a uma, e desta forma conseguiu um pouco de calor.
 Ainda era madrugada quando foi consumida a última página !

No dia seguinte a nevasca, uma equipe de resgate percorreu a trilha e encontrou, com pesar, aquele excursionista caído no chão do chalé, sem vida. Havia morrido devido a baixíssima temperatura.

Os integrantes daquela brigada de salvamento, não entendiam como aquela tragédia poderia ter ocorrido, uma vez que o chalé era provido de um aparelho de calefação de última geração, equipado com bateria que lhe dava autonomia de alguns dias no aquecimento do interior daquele chalé... e o mais impressionante é que o manual de instruções fora deixado cuidadosamente sobre ele, à fim de orientar o refugiado sobre a utilização do mesmo !

O Criador, nos deixou o Manual do Fabricante, a Bíblia Sagrada, mas se não tomarmos conhecimento das instruções contidas nela, não poderemos desfrutar da qualidade de vida que o Criador garante, e teremos que arcar com os danos causados pelo mau uso.

Qualquer dúvida, ligue para o “SAC*, 0800-O.R.A.Ç.Ã.O.”


*SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor.




Pr Robinson Guedes Pereira

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Filho da Consolação"

Nos primeiros dias da igreja primitiva, surge um personagem, cujo nome aparece 29 vezes na Bíblia (NT). Apesar disso pouco ouve-se falar dele nos púlpitos das nossas igrejas. A primeira vez que seu nome é mencionado encontra-se no capítulo 4 do livro de Atos:

"E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
Então, José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos."


José era o seu nome, mas curiosamente os apóstolos lhe atribuiram um sobrenome, um apelido carinhoso; "Filho da Consolação", que poderíamos traduzir também como ajudador, consolador, exortador.
O texto nos diz ainda que Barnabé era natural da ilha de Chipre e era da tribo de Levi, um levita!
Ele aparece num momento de necessidade da igreja recém inaugurada no Dia de Pentecoste, quando os discípulos propuseram, voluntariamente vender suas propriedades, entregando o valor percebido aos apóstolos. José, chamado Barnabé, numa atitude de cooperação e envolvimento com a necessidade da igreja, vendeu um terreno que possuia e depositou o preço do mesmo aos pés dos apóstolos. Que estréia marcante deste seguidor do Caminho!
Logo em seguida, em Atos 9 vemos Barnabé atuando em conformidade com seu cognome:

"Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo. Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus. Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor. Falava e discutia com os helenistas; mas eles procuravam tirar-lhe a vida. Tendo, porém, isto chegado ao conhecimento dos irmãos, levaram-no até Cesaréia e dali o enviaram para Tarso."

Saulo de Tarso, recém convertido à Cristo, procurou a companhia dos seus novos companheiros e irmãos em Cristo mas... foi recebido friamente e com desconfiança, pois não acreditavam na sua conversão. Foi aí que Barnabé tomou-o consigo e demonstrou a autenticidade da conversão de Saulo, agora transformado em Paulo e como ele pregava o evangelho com ousadia. Os apóstolos e demais discípulos entenderam, mas curiosamente tomaram uma atitude "confortável"; enviaram Saulo para Tarso, sua terra natal... e o deixaram lá!


Muitas vezes a igreja dos nossos dias age de maneira semelhante, discriminando e duvidando da conversão daqueles com a vida pregressa de violência, prostituição, de andarilhos, enfim de uma vida à margem da sociedade. Precisamos de "Filhos da Consolação" nas nossas comunidades. Homens e mulheres envolvidos com os novos convertidos. O Senhor Jesus disse que nós deveríamos fazer discípulos, não sómente "pregar o evangelho".


Em virtude da forte perseguição à igreja à partir do apedrejamento do jovem Estevão, muitos discípulos fugiram para diversas regiões. Na rota de fuga, testemunhavam a fé em Jesus Cristo. Muitos da cidade de Antioquia se converteram. Chegando essa notícia aos apóstolos em Jerusalém trouxe alegria, mas também a necessidade de enviar obreiros para lá. A escolha do obreiro era óbvia, alguém que já vivia o evangelho prático; José, chamado Barnabé. Assim a Bíblia relata:

A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia. Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo;
 

Reconhecidamente Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Lembrou-se de Saulo que estava há muito em Tarso, para onde o haviam enviado. Num ato de amor e consideração, foi até lá e trouxe de volta aquele que hoje conhecemos como o grande apóstolo Paulo. Homem que marcou a história da Igreja. Barnabé era tio de João, que tinha por sobrenome Marcos, com o qual fez viagens missionárias. Não por acaso este se tornou um dos escritores bíblicos, escrevendo o Evangelho de Marcos.
Quando Pedro estava preso em Jerusalém e ia ser morto como Tiago, irmão de João fôra, a igreja fazia oração intercessória por ele na casa de uma tal Maria... mãe de João, cognominado Marcos. Inferimos que Barnabé era irmão dessa Maria. Este fato não foi um acaso também. Certamente seus familiares sofreram forte influência do "Filho da Consolação!


A Igreja de hoje precisa urgentemente de Barnabés.